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Entrevista com Cátia Frederico Freitas dos Santos, Enfermeira do HTO Dona Lindú.


“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”.

Este texto é de Florence Nightingale, uma enfermeira britânica que ficou famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra da Crimeia. De extrema sensibilidade, tornou-se também uma poetisa que conseguiu traduzir seus sentimentos em palavras.

Usamos este "pensamento" como uma referência do trabalho desenvolvido pela “nossa” enfermeira Cátia Frederico Freitas dos Santos, há mais de sete anos dedicando-se ao HTO Dona Lindú, Paraíba do Sul-RJ. Profissional de extrema competência, companheira de trabalho querida por todos, é um exemplo de determinação e amor ao que faz. E faz bem feito!

Cátia abre a nossa série de entrevistas com os profissionais da nossa equipe. Outros serão tema de entrevistas futuramente.

Como você vê o funcionamento do Dona Lindú hoje?

O HTO Dona Lindú é uma grande referência em cirurgias ortopédicas tanto no estado do Rio de Janeiro quanto no Brasil. Por aqui, milhares de pessoas são atendidas todos os meses em consultas e exames, centenas que passam por cirurgias em diversas especialidades e fazemos questão que cada uma seja tratada com respeito, carinho e dignidade, do começo até o fim de sua estadia no hospital. Focamos no trabalho multidisciplinar, envolvendo diversas áreas de assistência com foco na segurança do paciente. Sabemos que diversas vidas estão em nossas mãos e nossa missão é cuidar de cada uma delas.

Por que optou por esta profissão?

Acredito que a enfermagem tem uma missão especial, que é a de cuidar das pessoas. No momento que escolhi a profissão, sabia que teria muita responsabilidade pela frente, pois lidaria com seres humanos doentes todos os dias de minha vida. E esta é a missão que me faz acordar todos os dias, sabendo que posso fazer a diferença na vida de alguém que está com dor ou passando por momentos difíceis.

Como você avalia a situação da saúde no Brasil?

É triste pensar que, em nosso país, milhares de pessoas tenham tanta dificuldade no acesso à saúde. Deveria ser um direito garantido para todos e o meu grande sonho é que ninguém precise sofrer quando busca atendimento. Mas tenho esperança. Vejo que novas unidades de atendimento são inauguradas ano após ano e tenho fé que os governantes de todo país vão buscar soluções para que este triste cenário seja amenizado.

Em que o HTO-Dona Lindú se diferencia dos outros hospitais neste segmento?

Costumamos falar que "aqui é diferente". Nosso diferencial é buscar um cuidado centrado na pessoa, sabendo de suas necessidades, medos, esperanças, de tudo. Fazemos questão de conhecer cada um que por aqui passa e focamos neste tratamento quase personalizado, baseado em cada histórico. Temos uma equipe de alta qualidade. Prezamos pelo melhor atendimento, buscamos tratar todo paciente com carinho, atenção e amor que merecem, ainda mais em um momento de dor.

Como você encontra alegria trabalhando num ambiente em que as pessoas estão com dor?

Aqui conseguimos estabelecer laços familiares. Cada funcionário se esforça ao máximo para fazer o seu trabalho cada vez melhor e, com isso, ficamos estimulados nesta grande engrenagem que é o nosso trabalho. Quando o trabalho vai bem porque todos se doam e fazem por amor, criamos um vínculo muito grande de respeito, amizade e carinho. Mesmo nos dias mais difíceis, sabemos que juntos podemos fazer a diferença na vida das pessoas.

Como você acha que um paciente deve ser tratado na questão emocional?

Com muito carinho e respeito. Todo mundo que busca atendimento em um hospital passa por um momento difícil. A dor é algo que só quem sente pode mensurar e é nossa obrigação participar deste momento com muita atenção e dedicação. O paciente deve ser compreendido, escutado, orientado e tratado com muito amor. Em momentos tão difíceis, receber um tratamento digno e carinhoso é essencial para a sua recuperação.

Qual o momento mais triste que você já viveu em sua profissão?

Nunca é fácil quando perdemos um paciente. Saber que todo esforço que fizemos não foi suficiente para salvar uma vida, lidar com familiares em momentos de tristeza e comoção, olhar os profissionais frustrados por não terem conseguido evitar o pior. Tudo isso é triste e serve como uma lição de como a vida humana é frágil. Todas as perdas são difíceis e nestes momentos devemos nos apegar a nossa fé e seguir fazendo o melhor para todos.

E o momento mais bonito, daqueles que você pensa "valeu a pena"?

Quando vemos os pacientes sorrindo, dizendo que não sentem mais dor. Quando é possível ver aquela pessoa que chegou com tanta dificuldade conseguindo caminhar sozinha ou fazer algum movimento que não conseguia mais. É gratificante quando somos abraçados, recebemos agradecimentos e até lágrimas de felicidade após momentos difíceis. Sempre vale a pena quando vemos que tudo deu certo para o paciente.

Como você vê o seu trabalho dentro do Dona Lindu?

Como falei, faço parte de uma grande engrenagem que tem o objetivo de prestar o melhor atendimento ao paciente. Tenho a responsabilidade de estar a frente de uma excelente equipe de técnicos de enfermagem e enfermeiros que dedicam suas vidas para cuidar das pessoas. Faço questão de participar de todos os processos que envolvem a enfermagem, estando atenta a todos os detalhes, dos menores aos maiores. Me considero abençoada por ter tanta gente competente e diferenciada ao meu lado.

Qual sua mensagem aos companheiros de trabalho?

Gosto muito de enfatizar que podemos fazer a diferença na vida das pessoas, e é esta a mensagem que gostaria de deixar. Que façamos nosso trabalho com amor, muita dedicação e carinho, porque tudo isto contribui diretamente para a melhora da vida do paciente. É muito importante sempre fazer o bem e devemos ter este pensamento em todos os dias de nossas vidas.

E encerramos esta entrevista homenageando Cátia com mais uma linda mensagem de Florence Nightingale sobre a missão de ser enfermeira:

“Escolhi os plantões, porque sei que o escuro da noite amedronta os enfermos. Escolhi estar presente na dor porque já estive muito perto do sofrimento. Escolhi servir ao próximo porque sei que todos nós um dia precisamos de ajuda. Escolhi o branco porque quero transmitir paz. Escolhi estudar métodos de trabalho porque os livros são fonte saber. Escolhi ser Enfermeira porque amo e respeito à vida!”

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