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Hospital Mahatma Gandhi finaliza a 2ª Semana da Luta Antimanicomial com envolvimento dos pacientes


No dia 18 de maio é comemorado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial instituído após profissionais da saúde mental organizarem o primeiro manifesto público a favor da extinção dos manicômios durante o II Congresso Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental realizado em 1987, na cidade de Bauru/SP.

Em Catanduva, o Hospital Mahatma Gandhi, entidade que há quase 50 anos atende 102 municípios do noroeste paulista, realizou a 2ª Semana da Luta Antimanicomial.

Nesta edição, a equipe multidisciplinar propôs ao longo da semana, ações de envolvimento junto aos pacientes, abordando a importância da luta antimanicomial, direitos e deveres das instituições e dos próprios pacientes. “Durante toda essa semana os pacientes participaram de palestras que explicaram didaticamente o que é o movimento antimanicomial, buscando dar informação, mas ao mesmo tempo possibilitar que eles façam uma reflexão sobre a luta e tenham opinião sobre o assunto”, explica a coordenadora de psicologia Priscila Bastos.

A profissional analisa que os pacientes demonstraram interesse no assunto e tiraram dúvidas, fazendo diversas perguntas. “Deixamos os pacientes muito à vontade para tirarem dúvidas e inclusive fazerem sugestões de forma a contribuir com a melhora continua do tratamento que oferecemos no hospital e até sobre a rede de atenção à saúde mental disponibilizada no município”, diz a psicóloga.


PRECONCEITO

A reflexão além de contribuir possibilitou que os pacientes externassem o preconceito que eles próprios têm dos hospitais psiquiátricos. “O preconceito existe e vem do paciente, dos familiares e da sociedade como um todo. Por isso a troca de informação e conscientização vai desmistificando essas questões ligadas ao tratamento psiquiátrico”, analisa Priscila.


ATIVIDADES

A 2ª Semana da Luta Antimanicomial ofereceu uma série de atividades expressivas voltadas ao tema e que possibilitaram aos pacientes demonstrar seus sentimentos e pensamentos acerca do assunto. Os trabalhos realizados com argila, confecção de máscara e cartaz foram expostos demonstrando o alto nível de envolvimento de cada um com a elaboração da atividade.

A xícara de café feita com argila vem acompanhada da frase: “O despertar de um novo dia”.

O coração de argila traz a mensagem: “Somos todos iguais”. A placa diz: "Obrigado Mahtima (sic)"

O cartaz feito com lápis e canetinha diz: “Eu admiro demais o trabalho desse! Hospital mahatma Gandhi! É eu não considero um hospital de louco (...) Somos muito bem tratados aqui (sic)”.

As máscaras também trouxeram mensagens libertadoras: “Quando eu entrei aqui eu estava ruim. Hoje essa máscara representa a minha melhora ... (sic)”.

A terapeuta ocupacional Flávia Guimarães revela que os resultados dos trabalhos foram impressionantes, além de terem contribuído muito com o tratamento. “Os pacientes demonstraram a consciência com relação ao tratamento, direitos e deveres, e o mais importante expressaram sentimentos internos que estavam guardados e nunca haviam sido externados”, analisa Flávia.


O evento recebeu a visita dos alunos de psicologia do 1º, 2º, 3º e 4º ano do IMES FAFICA, que conheceram as dependências do hospital, a forma de tratamento e puderam acompanhar de perto as atividades da semana.

As oficinas de música e teatro, bem como o Tai Chi Chuan e atividades esportivas, são realizados habitualmente na rotina de tratamento do hospital, porém nesta semana ganharam um enfoque voltado para o tema.


LUTA

O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta dos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro desta luta está o combate à ideia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, ideia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. O Movimento da Luta antimanicomial faz lembrar que como todo cidadão estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos. O Hospital Mahatma Gandhi compartilha destes preceitos e mantem em seu tratamento o respeito e humanização, buscando a reinserção dos pacientes ao convivo familiar e em sociedade.

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